Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando. Clarice Lispector

26.5.11

O teatro mágico

A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

25.5.11

Graveola e o lixo polifônico

às vezes penso: criar
tudo que penso: vão
vão-se as palavras, nada fiz
estou tão infeliz

vem palavra, vem a fala
o mundo eqüidistante pára
imaginação, imagens, mar
mundo cão
mundos são
acordes desacordados
esteja ca já

22.5.11

Cafés II

   Largue esses teus cafés fortes e noites insones, menina. Larga! A vida já é amarga demais.
   Pra quê forçar a barra?

Cafés I

   Todos os dias ao acordar ela se droga com doses altíssimas de cafeína. Café amargo, forte, quase sem açúcar, pra ver se faz nascer em seu peito alguma coisa qualquer intensa, que faça seu coração bater depressa, descompassado.

   O problema é que o café nunca está suficientemente forte para ela.


19.5.11

Grito mudo

    Outra noite que atravesso sem sentir.
    Outro dia que se vai, sem dormir.
    Outros raios de sol a iluminar
    Outra manhã que insisti em raiar
   
    Dia calmo, lento
    Grande desalento
    No peito coração apertado
    Que se perde, choro calado
   
    Comunidade, comum
    Eu e você, não somos um
    Perdida no tempo-espaço
    Nessas horas que passo

    Sozinha, pés cansados
    Olhos baixos, iluminados
    Pelo brilho desse luar
    Reflete, espelho-mar
   
    Caminho estático
    Pensamento focalizado
    Esperando seus traços
    Seguir, meus passos

4.5.11

Não foi nada...

"Nada, mãe. Não foi nada. Deu saudade, só isso. 
De repente, me deu tanta saudade." Caio F. Abreu

2.5.11

Tanta saudade...

"E me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas… dizer que te considero – pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida – e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero." Caio F. Abreu

Velhas fotos

Pôr-do-sol estação Vilarinho. rs
Minha mente está embriagada tentando entender
Porque eu lembro de coisas que eu não vi
Que fodam-se os poetas e os loucos desvairados
Que rasgam os retratos pra esquecer
Eu sei que isso não traz você de volta para mim
E olhar você pela janela é ilusão
Mas meu princípio ainda está longe do fim
Tequila Baby

1.5.11

Libertar!

"Ela tem muita dúvida como todos têm. Mas nem todos sabem 
a beleza de saber lidar com a tristeza. Ela sabe." Caio F. Abreu