Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando. Clarice Lispector

7.9.11

"I told you that I love you
Please believe me..."
 Catherine Feeny
 
 
 
 

4.9.11

E continua...

(20.1.11) One step away

  Alertei a todos. Sou tão previsivelmente imprevisível. Meus olhos brilham – não de felicidade – é um brilho úmido, entende? Sua causa é a chuva de verão que passa repetida dentro de mim. Aquela chuva rápida, forte. Capaz de levar tudo que lhe pertence e deixar somente a dor. Não há nada pra essa chuva levar, a não ser palavras que não são mais feito lanças. Que não são farpas. Não são doces. V-a-z-i-a-s. São palavras vazias, ocas, sem uma origem específica. São tão vazias que não dizem nada sobre o que sinto, sobre a fuga, sobre o meu de-se-jo. Essa vontade louca de fugir, pegar um trem rumo ao norte e subir subir subir. Tentar alcançar uma estrela, tentar iluminar minha vida. Ou apenas me livrar dessas pessoas – que, Deus, eu juro, são tão, mas tão importantes pra mim, que quero fugir, afastá-las daqui, sou frágil demais para suportar o peso de ferir alguma delas, oh Deus, como elas são importantes, por favor, não as tire de mim. Mas que absurdo! Por que, meu Senhor, por que sou feita de contradições? Tentar me entender dói tanto, me conhecer dói tanto, mas tanto. Não aguento o fardo de ser eu mesma. Oh, me perdoe por deixar escorrer como água entre os dedos essas possibilidades de felicidade que coloca em minha frente, oh Deus, pode me perdoar? Tanto amor dentro de mim eu tenho, tanta vontade de ficar, de cuidar, de ser cuidada, de dar e receber carinho, oh, mas é tão grande essa vontade. Mas não consigo, preciso dizer Adeus - ou Até logo, eu sempre volto, sempre. Sei que chegará o dia que partirei e cairei no esquecimento e voltarei e ninguém se lembrará de mim. Como temo esse dia, Senhor. Mas eu preciso, como preciso! Dê-me o rumo, Pai, me guia. Sou tão descuidada, não posso carregar mais feridas alheias, não posso mais. Tanta confusão, tantos conflitos, tantos corações, tantas feridas, tantas lágrimas. Tanto medo. É por isso que vou embora.

Até logo...

"Tente não me esquecer, eu vou tentar sempre te lhes amar..." Bidê ou balde

Adeus...