Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando. Clarice Lispector

29.9.10

Contradição

Se você diz que é aventura, eu digo que é paixão.
Se você diz ser amor, eu digo traição.
Se você traz uma flor, eu penso ilusão.

Não que eu diga só o que contradiz, 

é que o meu desejo é tanto que não cabe mais em mim
Quero deixar partir, cair em ti.

28.9.10

Namoradinhos



A chuva tá pedindo beijo, 
Frio tá pedindo abraço
Nós dois deitados, desejo
Você me envolve em seus braços
    
Minha respiração em seu pescoço
Nosso beijo tão gostoso
Coloca aquele dvd que a gente gosta
E me namora.

26.9.10

 "Amo a vida com todos os seus problemas e todas as coisas simples do dia-a-dia. Eu busco amor em tudo." Maysa

23.9.10

"Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates..."
 
"Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim..."
   
"É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos..."

Caio F. Abreu

Todo gelo que há

  O álcool já corria quente e louco por suas veias. No meio da multidão todos eram iguais, o barulho era silencioso e seu coração pulsava fraco, desejando aquele sorriso que descansa o caos que habita seu peito. Sabia que o sorriso não apareceria, desiludida andava meio tonta, meio sã, meio puta por não distinguir as cores, meio alegre por seus pensamentos estarem sem nexo, confusos.
  Uma cor chamara sua atenção, a cor do seu sorriso. O tom da sua voz, o toque gelado de suas mãos, ela não se lembrava de detalhes, mas lembrava do essencial. No outro dia, voltou para o seu mundo cinza, seco, sem carinho. Ficou por lá, mas foi sendo levada aos poucos. Tomada pela vontade de viver, de conhecer, de se entregar. Arriscar. Ar-ris-car. Tantas vezes pediram a ela que arriscasse, que fizesse valer a pena. Que VIVESSE.
  Sem perceber, lá estava ela vivendo. Arriscando. Jogando todas as cartas que tinha. Ansiosa para sentir aquele toque tão gelado e tão quente ao mesmo tempo. Saindo de seu mundo, nem precisou de coragem. Apenas de algumas conversas, da sintonia invisível existente que extinguiu seu medo.
  E o final... Bem, talvez ela não tenha chegado ao fim.

Deixa-me derreter o gelo de seu toque e derreta o de meu coração.

(Dias de Truta - Desculpas ♪)

22.9.10

Beijo de café

  Ele sente ciúmes desse café quente que eu aprecio. Desse chocolate que devoro com tanto gosto. Cada pedacinho, cada mordida. Ele imagina meus lábios em sua boca doce, minha língua amarga de café em sua pele. Ele imagina, ele sente. Ele de-se-ja. Seu sorriso vai se fechando, seus olhos perdem o brilho. Porque ele sabe que me perdeu para as pequenas coisas da vida, mal sabe, que eu só queria as grandes coisas - A grande coisa - seu amor, nosso amor, meu amor. Mal imagina que enquanto me queimo com a cafeína fervendo, sinto meu coração inflamar de amor, sair por minha boca e mergulhar na caneca. O doce chocolate em contraste com o forte café, era pra ser o sabor dos nossos beijos. E o quente era pra ser o clima. O fogo, a faísca que surge quando nos tocamos, trocamos olhares.

21.9.10

Maré mansa

  Sentada na areia, as ondas tocam meus pés e eu vejo o sol quente, ardendo e sorrindo lá do alto para nós. Você tirando a camisa, sua bermuda vermelha em contraste com sua pele branca. O vento brinca com meus cabelos e traz seu cheiro, fico sem palavras. Me dá um nó na garganta, e um medo. Que medo! Queria dizer o quão lindo você está, mas não é necessário. Meus olhos brilham, te iluminam. E você me deita na areia, brinca comigo, beija meu rosto e me puxa pro mar. Meu vestido branco, pano liso, gruda em meu corpo, tento fazer cara de brava. Você ri de mim e diz que fico linda assim. Pergunta se eu te odeio, eu digo sim. Rindo, sorrindo, gargalhando. Você me abraça, me beija, me deita no chão. E a gente fica ali, onde as ondas terminam, olhando pro céu azul e pros pássaros voando. Brisa boa, brisa leve. Seu olhar se declara, meu coração pulsa em minhas mãos e eu as estendo pra você. De mãos dadas, olhos úmidos e a alma flutuando. Aplaudimos o pôr-do-sol.
 
(Claus e Vanessa - Vamos combinar ♫)

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

São tempos difíceis para os sonhadores.

"Estranho o destino dessa jovem mulher, privada dela mesma, porém, tão sensível ao charme das coisas simples da vida..."

20.9.10

"Supere seus demônios com uma coisa chamada Amor!"
 Bob Marley

Silenciosa Confissão


  Estou sentada no salão, gargalhadas, champanhes e belos vestidos me rodeiam. O tintilar de taças me apavora. Há um sorriso ansioso que eleva gentilmente o canto dos meus lábios. Olho para o relógio e percebo que não passou nem 5 minutos desde a última vez.
  Meu olho percorre cada canto do salão a sua procura. Tento imaginar sua roupa, seu sorriso, seu cheiro. Não consigo. A única imagem que me vem à cabeça é você dentro de um táxi. Onde você está? Meu olhar fixou-se na entrada do salão, acho que tem alguém tentando falar comigo, mas só consigo ouvir os barulhos de taças e do champanhe borbulhando. Estou alheia às pessoas, a musica, aos risos... Até que... Até que vejo sua silhueta na porta, seus olhos nem precisam me procurar, já me sentiam de longe e você sorri. Você está lindo. Barulhinho dos cristais transbordando líquidos alcoólicos cessa. As pessoas parecem parar também. A única coisa que ouça agora é o pulsar intenso do meu coração e a música. Quase dá pra tocar. Você caminha lentamente, sorrindo, sem desgrudar os olhos de mim. Tudo brilha. E você estende a mão, e nossa música toca. Parece que foi ensaiado.
  Nós nos abraçamos. Dançamos colados. Meu rosto apoiado no seu ombro, minha respiração repousa no seu pescoço, seu cheiro doce se abriga em mim. Sua mão escorrega pelos meus cabelos e encontra minha cintura. Você me segura e meus braços se enroscam em você.
  A gente dança. A gente se ama. O mundo gira no nosso ritmo. Você está feliz. Você é meu – e gosta disso - mesmo que por poucos minutos.
  E não foi preciso palavras pra você saber que eu te amo.

(Tianastácia – Em primeiro lugar, amor ♫)
“Ela segue costurando as cicatrizes do verão”. Vanguart

Doce beijo

  Andávamos entre as árvores, frutos e flores, naquele dia especial. Naquela tarde quente. Caminhavamos lado a lado, nossos risos se confundiam com os cantos dos passarinhos que nos observavam e cantavam para nós. “Uma flor para uma flor”, você disse com seu sorriso lindo e a colocou atras de minha orelha. Seus olhos diziam que eu estava bonita, e os meus te admiravam. Lembro da cor e do cheiro daquela pequenina flor, que hoje está seca e sem pintura, mas que colore precisamente aquele dia, com cada pequeno detalhe.
  Cansados sentamos sob a sombra de uma mangueira, você me ofereceu uma manga como se fosse uma rosa ou uma aliança. E eu aceitei, sorrindo e então caímos na gargalhada. Você passava levemente a língua no canto de minha boca, meus dedos melados encontraram suas bochechas limpas e você ria, eu sorria e a gente fazia bagunça. A gente se parecia com criança. Se divertia. Você me beijou, e foi um beijo doce, molhado de manga. Você gostava de sentir meus dedos lambuzados no seu rosto, eu gostava de sentir sua boca suave de fruta doce, e nossos lábios melados se tocavam e trocavam caricias.
  O dia dava lugar a noite, o sol pequeno se escondia no céu de papelão. Nos deixando sozinhos ali, sob o pé de manga. A lua bonita, pingando na noite, nos presenteava com uma luz sutil que combinava com o brilho que eu percebia em seu olhar. E então eu senti, de novo, um beijo doce, molhado. Que estará ao lado do nosso outro beijo doce, doce de sorvete e pirulito de morango. Nosso primeiro beijo.

(Gustavo Lins - Faz Assim ♪♫)

Teu gosto vermelho de morango com chantilly,
Teu gosto pecado, menino veneno,
Teu beijo perigo, teu abraço malícia,
Teus dedos encotram meu corpo macio,
Minha língua encontra tua pele suave,

Meu corpo cola no teu,
Me leva pro céu, rouba o que é meu.
“A cor do jardim faz a vista descansar tão bem
Mas menos que ver o seu sorriso ao sol
Num caldeirão de esperas
De um ricochete no rio” Supercordas
  Promessas, elas são importantes pra mim. No que você mentir, eu vou acreditar. No que você disser, eu vou crer. Cadê você que não está aqui do lado? Só dentro. Insaciável, intocável, incontrolável. Inside! IN. Eu ouvi dizer, eu ouvi palavras, palavras que me disseram que você não sumiria. Permaneceria, aqui. Sempre, total.

E o que estava longe está aqui dentro e tão perto
De um jeito tão certo que só cabe mesmo em mim
Beijo e abraço no tempo que passa, lento e à jato

No gesto que toca a gente na alma
No modo, dois jeitos, mas diferentes
É que somos iguais

Livros lidos, discos preferidos, filmes vistos
Sempre um sinal

Nando Reis
“I see an expression so clear and so true, that it changes the atmosphere when you walk into the room.” U2
  Ouvi ao fundo seus lábios dizendo que me amavam, ou foram seus olhos, pele, corpo inteiro. Ouvi ao fundo, com direito a eco e um estremecer em minhas pernas. Ouvi seu perfume doce subir pelo elevador, escadas; entrar por portas, gretas e janelas. Seu perfume doce dizendo que queria fixar em mim: cabelos, pele, roupa e coração. Ouvi também o estalo de um beijo: boa noite, durma com os anjos, sonhe comigo e tudo mais. Um estalar de costas por um abraço apertado fora também captado por meus ouvidos. Ouvi também sua respiração quente em meu pescoço, arrepiando braços, espinha e coração. Ouvi barulhos de passos em sua direção, passos acelerados, desajeitados, que procuravam de perto tudo que eu ouvira de longe.
  Menina-mulher. Brinca com palavras, dança no silêncio, desajeitada. Lindamente estranha. Doce coração, séria, sensível. Recheada de perdão, aprendeu a amar, a se doar e não doer. Imprevisivelmente previsivel, inconstante borboleta. Mulher-menina. Amada, amante, sua.

(A uma pessoa mais que especial e aos meus 18 anos)

Dois que são um

  Cuidava de si, sozinha. Sorria ao escutar risos, mesmo com o alcool correndo por suas veias, rapido, exagerado, cruel. Seu corpo tremia sob a água gelada do chuveiro, sozinha, ouvia gargalhadas, assuntos e abraços. Sentia um calor imenso vindo do coração, um calor que aqueceu seu corpo, verificou se a água ainda estava gelada. Estava. Vestiu sua roupa lentamente, sem vontade alguma enquanto oscilava entre fazer a linha social ou dormir. Um abraço esperava pelo cheiro bom dela, sorriu lentamente ao vê-lo, estava curada, de pé e atenta aos detalhes. Fez a linha anti-social e deitou ao lado dele. Dois corações embriagados de amor, desejos e silêncio. Dois corações que amanheceram sob espanto, juntos, com medo. Dois corações que tudo podem, tudo superam, que con-fi-am um no outro.
  A mão que toca teus lábios lhe faz arrepiar. Não de excitação, nem medo ou felicidade. São mãos geladas que percorrem tua face. Mas um coração que arde em chamas bate por ti, que me sorri agora, enquanto sinto teus traços.
  “Eu penso o seguinte, o amor pleno e puro é só por uma pessoa que sentiremos e nunca vai mudar, e nem todos os seres humanos podem ter a sorte de encontrar esse amor. Mas por outro lado, você pode amar de diferentes modos as pessoas.
  Eu não sei se é algo que ainda não aprendi, mas para mim, “curtir” não é algo que me agrada mais. Tem que ser amor e ponto final. E a gente não procura, não força, ele não vem com o tempo, ele acontece ali, no primeiro instante, de repente, e você percebe de cara.”
“Não importa quanto vai durar - é infinito agora.” Caio F. Abreu
“Exploridam numa chuva densa, enquanto olhava para o fio de luz coado pela janela.” levemente modificada, Caio F. Abreu
Sorte para nós. De mãos dadas a gente supera tudo. Enfrenta o mundo.
  Ele disse: Tudo muda. Eu duvidei, discordei. Cética. Agora eu vejo, percebo, sinto. Tudo muda. Até meu sentimento por você. Não, não deixei de te amar, deixei de sofrer. Se há lágrimas nos olhos, não são de tristeza por não te ter. São de alegria, por você ainda me fazer sorrir, por estar aqui.
“Tô tirando férias, dando um tempo disso, chega de amar, chega de me doar, chega de me doer.” Caio F. Abreu
Não consigo. Não quero. Não vou. No final é sempre assim, amar é importante. É combustível.
O que deseja, senhorita?
- Um cappuccino clássico, uma palha italiana e alguém que me faça sorrir, não precisa ser ele dessa vez, sabe? Ultimamente ele só me trouxe lágrimas nos olhos.
- Sinto muito, senhorita.
- Não sinta, já não doí mais.
Quero frio sem cobertor. Quero o teu abraço, quero teu calor.
  Tô tranquila apesar de tudo. Apesar de você, dele, dela, de nós, daquelas e daquilo. Apesar dos pesares. E apesar disto. Você me entende, amor? (…) Não, não estou sendo cruel. Você levou minha paz, desaprendi sobre o sossego. Foi um passado próximo, você sabe. Um passado doloroso. É que eu vivo do presente, sabe? (…) Não, não deixei te amar. Não, também não disse que te amo. Só não é mais igual. Anormal. Paradoxal.