Andávamos entre as árvores, frutos e flores, naquele dia especial.  Naquela tarde quente.   Caminhavamos lado a lado, nossos risos se  confundiam com os cantos dos passarinhos que nos observavam e   cantavam  para nós. “Uma flor para uma flor”, você disse com seu sorriso lindo e a  colocou atras de minha   orelha. Seus olhos diziam que eu estava  bonita, e os meus te admiravam. Lembro da cor e do cheiro daquela    pequenina flor, que hoje está seca e sem pintura, mas que colore  precisamente aquele dia, com cada   pequeno detalhe.
  Cansados sentamos sob a sombra de uma mangueira, você me ofereceu uma  manga como se fosse   uma rosa ou uma aliança. E eu aceitei, sorrindo e  então caímos na gargalhada. Você passava levemente a   língua no canto  de minha boca, meus dedos melados encontraram suas bochechas limpas e  você ria, eu   sorria e a gente fazia bagunça. A gente se parecia com  criança. Se divertia. Você me beijou, e foi um beijo   doce, molhado de  manga. Você gostava de sentir meus dedos lambuzados no seu rosto, eu  gostava de sentir   sua boca suave de fruta doce, e nossos lábios  melados se tocavam e trocavam caricias.
  O dia dava lugar a noite, o sol pequeno se escondia no céu de  papelão. Nos deixando sozinhos ali,   sob o pé de manga. A lua bonita,  pingando na noite, nos presenteava com uma luz sutil que combinava com o    brilho que eu percebia em seu olhar. E então eu senti, de novo, um  beijo doce, molhado. Que estará ao lado   do nosso outro beijo doce,  doce de sorvete e pirulito de morango. Nosso primeiro beijo.
(Gustavo Lins - Faz Assim ♪♫)
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