Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando. Clarice Lispector

20.9.10

Dois que são um

  Cuidava de si, sozinha. Sorria ao escutar risos, mesmo com o alcool correndo por suas veias, rapido, exagerado, cruel. Seu corpo tremia sob a água gelada do chuveiro, sozinha, ouvia gargalhadas, assuntos e abraços. Sentia um calor imenso vindo do coração, um calor que aqueceu seu corpo, verificou se a água ainda estava gelada. Estava. Vestiu sua roupa lentamente, sem vontade alguma enquanto oscilava entre fazer a linha social ou dormir. Um abraço esperava pelo cheiro bom dela, sorriu lentamente ao vê-lo, estava curada, de pé e atenta aos detalhes. Fez a linha anti-social e deitou ao lado dele. Dois corações embriagados de amor, desejos e silêncio. Dois corações que amanheceram sob espanto, juntos, com medo. Dois corações que tudo podem, tudo superam, que con-fi-am um no outro.

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