Cuidava de si, sozinha. Sorria ao escutar risos, mesmo com o  alcool correndo por suas veias, rapido, exagerado, cruel. Seu corpo  tremia sob a água gelada do chuveiro, sozinha, ouvia gargalhadas,  assuntos e abraços. Sentia um calor imenso vindo do coração, um calor  que aqueceu seu corpo, verificou se a água ainda estava gelada. Estava.  Vestiu sua roupa lentamente, sem vontade alguma enquanto oscilava entre  fazer a linha social ou dormir. Um abraço esperava pelo cheiro bom dela,  sorriu lentamente ao vê-lo, estava curada, de pé e atenta aos detalhes.  Fez a linha anti-social e deitou ao lado dele. Dois corações  embriagados de amor, desejos e silêncio. Dois corações que amanheceram  sob espanto, juntos, com medo. Dois corações que tudo podem, tudo  superam, que con-fi-am um no outro.
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