Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando. Clarice Lispector

20.9.10

Silenciosa Confissão


  Estou sentada no salão, gargalhadas, champanhes e belos vestidos me rodeiam. O tintilar de taças me apavora. Há um sorriso ansioso que eleva gentilmente o canto dos meus lábios. Olho para o relógio e percebo que não passou nem 5 minutos desde a última vez.
  Meu olho percorre cada canto do salão a sua procura. Tento imaginar sua roupa, seu sorriso, seu cheiro. Não consigo. A única imagem que me vem à cabeça é você dentro de um táxi. Onde você está? Meu olhar fixou-se na entrada do salão, acho que tem alguém tentando falar comigo, mas só consigo ouvir os barulhos de taças e do champanhe borbulhando. Estou alheia às pessoas, a musica, aos risos... Até que... Até que vejo sua silhueta na porta, seus olhos nem precisam me procurar, já me sentiam de longe e você sorri. Você está lindo. Barulhinho dos cristais transbordando líquidos alcoólicos cessa. As pessoas parecem parar também. A única coisa que ouça agora é o pulsar intenso do meu coração e a música. Quase dá pra tocar. Você caminha lentamente, sorrindo, sem desgrudar os olhos de mim. Tudo brilha. E você estende a mão, e nossa música toca. Parece que foi ensaiado.
  Nós nos abraçamos. Dançamos colados. Meu rosto apoiado no seu ombro, minha respiração repousa no seu pescoço, seu cheiro doce se abriga em mim. Sua mão escorrega pelos meus cabelos e encontra minha cintura. Você me segura e meus braços se enroscam em você.
  A gente dança. A gente se ama. O mundo gira no nosso ritmo. Você está feliz. Você é meu – e gosta disso - mesmo que por poucos minutos.
  E não foi preciso palavras pra você saber que eu te amo.

(Tianastácia – Em primeiro lugar, amor ♫)

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