Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando. Clarice Lispector

15.2.11

Entrelinhas

   Trago no peito, espanto.
  Cada segundo uma dor, uma culpa. Não é mais prazer – nunca fora. Masoquismo, talvez. Mas há uma necessidade. Um grito mudo. Que salta pelos olhos, dedos, narinas, pulmão. Garganta que arde, reprime cada palavra desesperada. Que engulo e exalo silenciosamente. Espanta olhos de quem vê e não compreende. Súplicas do meu coração, que teimo não escutar e calo com cada ato impensado meu.
   Estômago que embrulha. Pensamentos que rodam desesperados. Confusos. Vomitar palavras. Derramar perdões. Calo-me, trago, no peito, dor. A chama desse conflito diário que não quer apagar.

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