-Ah, menina, o que fizeram contigo?
-Um conhaque, por favor!
Acende um cigarro.
-Tô cansada, sabe.
Da um trago, solta lento a fumaça branca e toxica.
Olha pro alto e espera a fumaça dissipar.
-Quando eu fecho os olhos, a mente, eu vejo o rosto dele.
-Dele quem?
-Eu sinto o olhar dele olhando fundo pra mim, - balança o copo de conhaque barato - enquanto canso, enquanto vivo, quando preciso de forças pra continuar.
Repousa o copo, apaga o cigarro e olha pro lado.
-Entendo, menina, eu entendo.
O mundo silenciou e começou uma velha canção de amor no jukebox.
Começou a chover passado naqueles olhos perdidos no fundo do bar.