-Ah, menina, o que fizeram contigo?
-Um conhaque, por favor!
Acende um cigarro.
-Tô cansada, sabe.
Da um trago, solta lento a fumaça branca e toxica.
Olha pro alto e espera a fumaça dissipar.
-Quando eu fecho os olhos, a mente, eu vejo o rosto dele.
-Dele quem?
-Eu sinto o olhar dele olhando fundo pra mim, - balança o copo de conhaque barato - enquanto canso, enquanto vivo, quando preciso de forças pra continuar.
Repousa o copo, apaga o cigarro e olha pro lado.
-Entendo, menina, eu entendo.
O mundo silenciou e começou uma velha canção de amor no jukebox.
Começou a chover passado naqueles olhos perdidos no fundo do bar.
Pelo que sei, pelo que sinto
"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente minha própria vida." Clarice Lispector
Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando. Clarice Lispector
7.1.12
4.9.11
E continua...
(20.1.11) One step away
Alertei a todos. Sou tão previsivelmente imprevisível. Meus olhos brilham – não de felicidade – é um brilho úmido, entende? Sua causa é a chuva de verão que passa repetida dentro de mim. Aquela chuva rápida, forte. Capaz de levar tudo que lhe pertence e deixar somente a dor. Não há nada pra essa chuva levar, a não ser palavras que não são mais feito lanças. Que não são farpas. Não são doces. V-a-z-i-a-s. São palavras vazias, ocas, sem uma origem específica. São tão vazias que não dizem nada sobre o que sinto, sobre a fuga, sobre o meu de-se-jo. Essa vontade louca de fugir, pegar um trem rumo ao norte e subir subir subir. Tentar alcançar uma estrela, tentar iluminar minha vida. Ou apenas me livrar dessas pessoas – que, Deus, eu juro, são tão, mas tão importantes pra mim, que quero fugir, afastá-las daqui, sou frágil demais para suportar o peso de ferir alguma delas, oh Deus, como elas são importantes, por favor, não as tire de mim. Mas que absurdo! Por que, meu Senhor, por que sou feita de contradições? Tentar me entender dói tanto, me conhecer dói tanto, mas tanto. Não aguento o fardo de ser eu mesma. Oh, me perdoe por deixar escorrer como água entre os dedos essas possibilidades de felicidade que coloca em minha frente, oh Deus, pode me perdoar? Tanto amor dentro de mim eu tenho, tanta vontade de ficar, de cuidar, de ser cuidada, de dar e receber carinho, oh, mas é tão grande essa vontade. Mas não consigo, preciso dizer Adeus - ou Até logo, eu sempre volto, sempre. Sei que chegará o dia que partirei e cairei no esquecimento e voltarei e ninguém se lembrará de mim. Como temo esse dia, Senhor. Mas eu preciso, como preciso! Dê-me o rumo, Pai, me guia. Sou tão descuidada, não posso carregar mais feridas alheias, não posso mais. Tanta confusão, tantos conflitos, tantos corações, tantas feridas, tantas lágrimas. Tanto medo. É por isso que vou embora.
Até logo...
"Tente não me esquecer, eu vou tentar sempre te lhes amar..." Bidê ou balde
28.8.11
Only you
Você é - e sempre será - o que ainda me traz um pouco de ar pra respirar, um pouco de esperança pra continuar...
23.8.11
Calo-me, trago(me)
Muitas coisas deveriam me doer nessas noites insones, madrugadas insanas. Só há esse nó seco preso na garganta, esse aperto do peito ferido que cala. Essas palavras pontiagudas que não saem e me arranham por dentro cada vez que as engulo entre ansioliticos e etilicos. Esses sermões de Deus, sobre Deus, que me rasgam a mascara e mostram a face destruída e gasta pelo tempo. Esses seres artificiais que não se entregam, não me permitem, que me jogam no chão. Que me levam de volta pro fundo abismo de mim mesma.
Muitas coisas deveriam me doer entrelinhas, nessas linhas, enquanto teço... Enquanto remo sozinha nesse barco furado.
Muitas coisas deveriam me doer...
Só me restou essa coisa morna, sem sabor, sem cor, sem ar...
Sufoca - o que sobrou - d'alma...
Muitas coisas deveriam me doer entrelinhas, nessas linhas, enquanto teço... Enquanto remo sozinha nesse barco furado.
Muitas coisas deveriam me doer...
Só me restou essa coisa morna, sem sabor, sem cor, sem ar...
Sufoca - o que sobrou - d'alma...
17.7.11
Hateen - Não vá
Se é assim que tudo deve acabar
Vou procurar seguir em frente, sem me preocupar
Nós já sabemos onde erramos
Não há mais nada o que fazer
A não ser esperar o tempo mudar
Parece que não faz muito tempo
Mas os dias são sem fim
E as noites minha certeza
De que não irei dormir
Hoje eu rasgo as suas cartas
Olho suas fotos pela última vez
Faço promessas de te esquecer
Talvez fosse melhor eu desistir
Nem sei ao certo o que mais posso perder
Só tenho suas lembranças pra guardar em mim
Meu pensamento está sempre em você
Não vá
Eu te prendo junto a mim
Pra você nunca partir
Estou tornando tudo mais difícil, é eu sei
Que eu devia aceitar
Quando você diz adeus
Mas me recuso a deixar você partir
Não vá
Estamos juntos nisso, e é pra sempre
Ou pelo menos é o que eu gosto de pensar
Sem você eu sou pior cada vez mais
Talvez sem mim você encontre a sua paz
Talvez fosse melhor eu desistir
Nem sei ao certo o que mais posso perder
Só tenho suas lembranças pra guardar em mim
Meu pensamento está sempre em você
Não vá
Vou procurar seguir em frente, sem me preocupar
Nós já sabemos onde erramos
Não há mais nada o que fazer
A não ser esperar o tempo mudar
Parece que não faz muito tempo
Mas os dias são sem fim
E as noites minha certeza
De que não irei dormir
Hoje eu rasgo as suas cartas
Olho suas fotos pela última vez
Faço promessas de te esquecer
Talvez fosse melhor eu desistir
Nem sei ao certo o que mais posso perder
Só tenho suas lembranças pra guardar em mim
Meu pensamento está sempre em você
Não vá
Eu te prendo junto a mim
Pra você nunca partir
Estou tornando tudo mais difícil, é eu sei
Que eu devia aceitar
Quando você diz adeus
Mas me recuso a deixar você partir
Não vá
Estamos juntos nisso, e é pra sempre
Ou pelo menos é o que eu gosto de pensar
Sem você eu sou pior cada vez mais
Talvez sem mim você encontre a sua paz
Talvez fosse melhor eu desistir
Nem sei ao certo o que mais posso perder
Só tenho suas lembranças pra guardar em mim
Meu pensamento está sempre em você
Não vá
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